Crescer sendo a terceira filha de uma ninhada (sim, digo ninhada! Não tem termo melhor para nós) de cinco, todas mulheres, com uma diferença de doze anos e meio da mais nova pra mais velha é qualquer coisa...
Infância só curtição! Passatempo favorito da Guiga (a segunda) era criar intrigas com a Ana (a mais velha) contra mim ou comigo contra a Ana. Nós sempre caíamos nas teias da Guiga... Nunca nos voltamos as duas contra ela.
Bonecas que sempre ficavam guardadas intocadas pela Ana e que na primeira oportunidade eram sequestradas devido a um plano mirabolante da Guiga, com minha participação.
Enterro de bonecas com direito à velas e tudo no dia de Finados. Impulsionadas por algo inexplicável. Ao anúncio da Mãe: "Meninas! Parem de brincar com isso! Hoje é finados!" Correria e gritos, mesmo sem saber o que significava "finados". Hoje a gente sabe, mas o porquê daquela brincadeira naquele dia, até hoje é um mistério.
Nascimento da Áurea (a quarta) envolto na certeza do primeiro menino. João Henrique não veio. Mas nasceu um moleque! Áurea era impossível! Acabou com a cortiça da parede. Fugia na volta da escola. Me vigiava pra ver com quem eu estava namorando. Um terror.
No susto veio a Adriele (a quinta). Mais uma vez a torcida era por um menino. Dessa vez o nome seria Átila ou Artur. Seguindo o costume de nossas iniciais (depois coloco nossos nomes inteiros) que a Áurea teria quebrado se fosse menino. A Ana passou a gravidez inteira da mãe com bico. Lembro muito bem de suas palavras ao voltar da visita na maternidade, já que ela era a única que tinha idade para visitar: "Parece um buldogue!"
Lembro do Pai chegando da maternidade, eufórico ás quatro da manhã e anunciando: "Outra menina!". Já era praxe!
Adolescência conturbada. Brigas. Birras. Irritação. Imaginem passar por esse período com quatro irmãs no mesmo quarto que você.
Mas agora vem o melhor de tudo! Todas adultas! Todas cúmplices! A gente se basta! Precisa de algo? Corre pra uma irmã! Isso não nos falta! Finais de semana todas juntas e rindo e curtindo os filhos, sobrinhos, maridos... Imaginem crescer e descobrir nas irmãs as melhores amigas que qualquer pessoa pode desejar! Somos assim! Pau pra toda obra! Tomamos uma a dor da outra, rimos das mesmas coisas, nos divertimos com as mesmas piadas, sofremos as mesmas tristezas. O que era um tormento hoje se tornou uma Bênção. Não sei o que faria sem elas!
Foto das cinco no Natal de 2009:
Da esquerda para a direita: Ana Roberta, Adriele Rosana, Alba Regina (euzinha!), Áurea Raquel e Agnes Renata. Sim! São nossos nomes de verdade! Não!! Não tô de brincadeira! Máquecoisa!!